CALIMERO
E A PÊRA VERDE
(Em
Casa, 2012)
Calimero
é uma composição de Pascale Rubens para o duo Naragonia. Pêra
Verde é um tema do Baixo Alentejo, aprendido com Pedro Mestre e o
grupo coral feminino "As Papoilas do Corvo" -Celina voz e
acordeão -Vicky Marques bateria-Eddy Slap baixo e guitarra
Deste-me
uma pêra verde
Estava
a meio de amadurar
pêra
verde minha verde pêra
Não
me venhas enganar
Não
me venhas enganar
A
mim não me enganas não
pêra
verde minha verde pêra
Amor
do meu coração
pêra
verde minha verde pêra
Amor
do meu coração
O
amor quando se perde
é
como a nódoa da amora
O
amor quando se perde
é
como a nódoa da amora
é
com outra amora verde
A
nódoa se vai embora
é
com outra amora verde
A
nódoa se vai embora
Deste-me
uma pêra verde
Estava
a meio de amadurar
pêra
verde minha verde pêra
Não
me venhas enganar
Não
me venhas enganar
A
mim não me enganas não
pêra
verde minha verde pêra
Amor
do meu coração
pêra
verde minha verde pêra
Amor
do meu coração
(pediste-me
uma laranja
meu
pai não tem laranjal
se
queres um limão doce
vai
à porta do meu quintal)
POMBINHA
BRANCA
Em
Casa, 2012
Tradicional
do Baixo Alentejo, aprendido com o grupo Modas à Margem do Tempo, em
Évora- Celina voz e acordeão
Anda
cá se tu queres ver
verás
o que inda não viste
verás
dois olhos alegres
chorando
lágrimas tristes
Ó
minha pombinha branca
Onde
queres, amor, que eu vá?
É
de noite, faz escuro
Eu
sozinho não vou lá
Eu
sozinho não vou lá
eu
sozinho lá não vou
ó
minha pombinha branca
para
(p'ra) te amar inda aquí estou
No
quarto aonde eu durmo
tudo
são penas voando
umas
causadas por mim
outras
das-me-as tu causa (?)
ó
minha pombinha branca
onde
queres, amor, que eu vá
é
de noite faz escuro
eu
sozinho não vou lá
Eu
sozinho não vou lá
eu
sozinho lá não vou
ó
minha pombinha branca
para
te amar inda aquí estou.
(Tenho
medo, não vou lá
Tenho
medo, lá não vou
Ó
minha pombinha branca
P'ra
te amar, inda aqui estou
P'ra
te amar, inda aqui estou
Ó
meu pombinho rolador
Andam
dois à pomba branca
Algum
fica sem amor
Algum
fica sem amor
Algum
fica sem amada
Ó
minha pombinha branca
Ó
minha rosa encarnada)
Celina da Piedade - "Pombinha Branca" (na sala) from MPAGDP on Vimeo.
A
Lira (mazurca)
Em
Casa, 2012
Tradicional
da Ilha Terceira, Açores-Celina, voz e acordeão -Uxia, voz -Alex
Gaspar, serrote -Kelly Thoma lira de Creta-Valter Rolo piano -Eddy
Slap baixo -Tânia Lopes percussões -José Barros viola braguesa
Morte
que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Mata-me a mim, que sou teu!
Morte que mataste lira
Mata-me a mim que sou teu
Mata-me com os mesmos ferros
Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Mata-me a mim, que sou teu!
Morte que mataste lira
Mata-me a mim que sou teu
Mata-me com os mesmos ferros
Com
que a lira morreu
A lira por ser ingrata
Tiranicamente morreu
A morte a mim não me mata
Firme e constante sou eu
Veio um pastor lá da serra
À minha porta bateu
Veio me dar por notícia
Que a minha lira morreu
A lira por ser ingrata
Tiranicamente morreu
A morte a mim não me mata
Firme e constante sou eu
Veio um pastor lá da serra
À minha porta bateu
Veio me dar por notícia
Que a minha lira morreu
RUA
DA AMARGURA (mazurca)
Em
Casa, 2012
composição
e letra Samuel Úria-Celina voz e acordeão -Samuel Uria voz,
guitarra e banjo-Tânia Lopes percussões -Marco Pereira violoncelo
Deste-me
a tua morada
Rua
da Amargura
Miserável
estrada
Dizes
que o Tejo te enfada
Eu
na margem certa
...
Tu na porta errada
Partes
a telefonia
Se
a rádio hoje em dia passa B Fachada
Tudo
te põe mal disposto
Mas
se de ti gosto
Não
te digo nada
Dizem
que o amor é cego
Este
é meio mouco não ouve o que digo
Mesmo
surdo não te nego
Falo
pr'ó boneco
Vou
ficar contigo
Dizem-me
que és errado
és
meio atrasado
Tens
um grande ego
Digo
que estou no direito
de
te achar perfeito
Viro
o bico ao prego
Tudo
te põe doente
Eu
gosto por seres diferente
Tudo
me põe feliz
Basta
empinares o nariz
Fazes
frete
Eu
faço frente
Ao
teu ar de doente acamado
Franzes
o sobrolho
Eu
digo que te escolho aqui ao meu lado
Deste-me
a morada certa
Rua
da Amargura
Mas
com a porta aberta
Foste
ao Tejo à descoberta
Nós
na mesma margem
Tu
em parte incerta
Vais
mudar a meu pedido
Estás
comprometido
E
eu já estou deserta
Dizem
que a pose indolente
É
defeito recente e sou eu quem conserta
Tudo
te põe doente
Eu
gosto por seres diferente
Tudo
me põe feliz
Basta
empinares o nariz
Fazes
frete
Eu
faço frente
Ao
teu ar de doente acamado
Franzes
o sobrolho
Eu
digo que te escolho aqui ao meu lado
DISSE-TE
ADEUS
Em
casa, 2012
Fado
marcha Raul Pinto com letra de Manuela de Freitas -Celina voz -Joana
Bagulho cravo
Disse-te
adeus não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um p´lo outro a ninguém
Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um p´lo outro a ninguém
Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
JANEIRO
LENTO EM LISBOA (valsa de 5 tempos)
Instrumental
Em
Casa, 2012
Composição
Celina da Piedade-Celina acordeãoDe O cante das ervas, 2014
Erva
cidreira
O
cante das ervas, 2014
Moda
do Baixo Alentejo, associada ao repertório coreográfico. A letra e
melodia são tradicionais, excepto a segunda quadra, autoria de Alex
Gaspar e Celina da Piedade.-Celina da Piedade - Acordeão e
Voz-Antonio Bexiga - Viola Campaniça (Tó Zé)-Marco Andre Fernandes
Pereira - Violoncelo-Filipa Ribeiro – Coros
Ó
erva cidreira
Que
estás no Alpendre
Quanto
mais se rega
Mais
a folha pende
Mais
a folha pende
Mais
a rosa cheira
Que
estás no alpendre
Ó
erva cidreira
O
amor que eu tenho
É
uma rosa bela
E
cheira tão bem
Que
eu só gosto dela
Algum
dia eu era
Agora
já não
Da
tua roseira
O
melhor botão
Manjerico
tradicional
Alentejo
O
cante das ervas, 2014
Manjerico,
lindo manjerico
se
te vais embora
eu
aquí nao fico
ó meu manjericão
se
te vais embora
da-me
a tua mão
Para
te provar meu amor
dei-te
a minha jura
e
dei-te uma flor
não
disseste sim nem não
e
eu fiquei sozinho
ó meu coração
manjerico...
Ao
passar pela tua rua
vi-te
à janela
sob
a luz da lua
trazias
a flor ao peito
nosso
casamento
já
está feito
Manjerico...
Macela
O
cante das ervas, 2014
Tradicional
Alentejo
Lá
nos campos, verdes campos,
eu
fui apanhar ma(r)cela,
Daquela
mais miudinha
Daquela
mais amarela.
Daquela
mais amarela,
Daquela
mais miudinha,
Lá
nos campos, verdes campos,
a
macela, macelinha
ó olhos para que olham
se
não dão terreno olhado (?)
O
amor que eu mais adoro
está
de mim tão desviado.
Lá
nos campos...
Celina da Piedade - "Macela" from MPAGDP on Vimeo.
Boa
palavra (instrumental)
O
Cante das Ervas, 2014
Autoria- Celina
da Piedade - Acordeão
De Sol, 2016
Assim
sou eu
Sol,
2016
Música:
João Gil-Letra: António Pinho Avelar
Alex
Gaspar - Coros
Antonio
Bexiga - Viola Campaniça, Cavaquinho e Piano
Carlos
Menezes - Baixo
Filipa
Ribeiro - Coros
João
Gil - Guitarra Folk e Coros
João
Eleutério - Guitarra Electrica e Coros
Sebastião
Santos – Bateria
Sou
formiga, sou cigarra
Sou
cantiga, pinto a manta, faço a farra
Sou
a lebre e a tartaruga
Sou
de raça, estou em brasa, vou à luta
Sou
bichinho bem manhoso
Poderoso
e preguiçoso
Com
franqueza e arredia
Sou
tristeza e alegria
Sou
chorona, está na palma
Rezingona,
perco a calma
Sou
destino ensarilhado
Diz
a linha do meu fado
Sei
que assim sou eu
Sei
lá eu por que sou assim
Está-se
mesmo a ver
Sempre
assim vou ser
Está
dentro de mim
Eu
ser assim
Sou
areia, sou granito
Fico
cheia, sou o “bom e o bonito”
Sou
canseira, sou de gancho
Parideira,
só de filhos faço um rancho
D’ir
à luta tenho ganas
Contra
gregas e troianas
Lusitana,
luzidia
Sou
beleza e ousadia
Sou
mandona, está na alma
Rezingona,
perco a calma
Tudo
muito complicado
Diz
a letra do meu fado
Altinho
Sol,
Sons Vadios, 2016
letra.
Tradicional Alentejo e Celina da Piedade e Alex Gaspar (quadra “Eu
subi àquele monte”
Música:
tradicional Alentejo e Toon van Mierlo e Pascale Rubens
Eu
subi àquele monte
para
ver se te esquecia.
Quanto
mais alta estava
mais
o meu amor crescia.
Quero
ir para o altinho
que
eu daqui não vejo bem,
Quero
ir ver o meu amor
se
ele adora mais alguém.
Se
ele adora mais alguém,
se
ele me ama a mim sozinha,
que
eu daqui não vejo bem,
quero
ir para o altinho.
Pedra e caminho
(Piedra
y camino, Atahualpa Yupanqui)
Sol,
2016
Do cerro venho descendo,
caminho
e pedra.
Trago
enredada na alma, vida, (viday)
uma
tristeza.
Acusas-me
de não querer-te,
isso
não faço.
Talvez
não compreendas nunca, vida,
porque
me afasto.
É
o meu destino,
pedra
e caminho.
De
um sonho longínquo e belo, vida,
sou
peregrino.
Por
mais que a dita busque,
vivo
penando.
E
quando devo ficar, vida,
eu
vou andando.
Às
vezes sou como um rio,
chego
cantando.
E
sem que ninguém o saiba, vida,
sigo
chorando.
É
o meu destino, pedra e caminho.
De
um sonho longínquo e belo, vida,
sou
peregrino.